CNI defende reforma tributária com imposto único e sem aumento de carga tributária
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou em evento com o ministério da Economia e empresários que, para o Brasil voltar a crescer, é necessário tomar medidas “sérias, corajosas, duras e difíceis”. Ele acredita que tanto o Congresso Nacional quanto o governo estão caminhando neste sentido. Para Andrade, a principal reforma é a tributária. No evento, o presidente da CNI apresentou 19 ações para a retomada da economia.
“Nós apoiamos uma reforma ampla e geral, que contemple todos os impostos sobre o consumo e uma alíquota única”, afirmou o presidente da CNI durante o Indústria em Debate: propostas para a retomada da economia, nesta quinta-feira (17). Ele também se posicionou “absolutamente contra a criação de um imposto digital (nova CPMF)”, mas afirmou ser favorável a tributação de algumas atividades exercidas em meios digitais que hoje não contribuem para a Receita Federal.
Segundo Robson Braga de Andrade, que não haja aumento do “bolo tributário”, mas que seja feita uma melhor distribuição da carga tributária entre todos os setores, pois atualmente indústria suporta a maior carga tributária ante os setores de serviços e a agricultura. A indústria representa 21% do PIB, mas paga 32% dos impostos federais e 42% dos impostos estaduais. “Nessa pandemia ficou clara a importância da indústria, de uma indústria nacional. É a indústria que dá competitividade aos outros setores. O que dá competitividade ao setor agrícola são setores da indústria: automação, caminhão, colheitadeira, satélites… produtos industriais”, reforçou.
Melhora no ambiente de negócios
O secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia, Carlos da Costa, explicou que foco do governo no cenário de recuperação é a melhor o ambiente de negócios com a aprovação de marcos regulatórios para facilitar o investimento em infraestrutura do país. Segundo ele, nos próximos dias, o governo editará medida provisória capaz de aumentar a classificação do Brasil em 50 pontos no Doing Business, relatório sobre ambiente de negócios em 190 economias do Banco Mundial.
“Estamos trabalhando com a CNI, que tem nos apoiado bastante. Tanta gente trabalhando com um país melhor. Nós temos gente boa, o que precisamos? Precisamos de um ambiente melhor e com condições de crédito melhor, para o Brasil continuar decolando”, afirmou Costa .
Sobre o aumento da carga tributária, Carlos da Costa disse que a orientação do ministro Paulo Guedes é de que a carga tributária relativa seja menor no final do mandato do presidente Jair Bolsonaro. “Esse é o nosso compromisso: redução da carga tributária em percentual do PIB. A equipe econômica é unida e não pode deixar o teto de gastos ser atacado. Se for atacado, nós vamos defender, mesmo que isso custe alguns feridos. Essa é a nossa visão”, afirmou.
Também participaram do debate o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, Sandro Mabel, e o CEO do Grupo Energisa, Ricardo Botelho. *CNI