Em dia mundial, ONU defende direito dos povos indígenas a definir estratégias de desenvolvimento
Em mensagem para o Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado nesta sexta-feira (9), o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que países garantam a essas populações o direito a determinar o seu próprio modelo de desenvolvimento, por meio de políticas que sejam inclusivas e igualitárias. De acordo com as Nações Unidas, existem em torno de 370 milhões de indígenas no mundo. Em mensagem para o Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado nesta sexta-feira (9), o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que países garantam a essas populações o direito a determinar o seu próprio modelo de desenvolvimento, por meio de políticas que sejam inclusivas e igualitárias. De acordo com as Nações Unidas, existem em torno de 370 milhões de indígenas no mundo.
“Uma proporção significativa (desses indígenas) ainda não têm direitos básicos, com a discriminação sistemática e a exclusão continuando a ameaçar modos de vida, culturas e identidades”, alertou o dirigente máximo da ONU.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), os indígenas representam 5% da população mundial, mas encontram-se entre os 15% mais pobres.
Globalmente, os povos originários enfrentam uma série de desafios ao exercício dos seus direitos. Os problemas incluem a realocação forçada, as desigualdades no nível educacional e a pressão para se assimilar culturalmente. Essas populações também têm acesso limitado a serviços de saúde, emprego, serviços de informação e Internet.
Guterres lembrou que 2019 foi escolhido pela ONU como o Ano Internacional das Línguas Indígenas — um marco que chama atenção para a necessidade de preservar e promover esses idiomas.
O Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas estimava, em 2016, que 40% das aproximadamente 6,7 mil línguas faladas no mundo estavam em risco de desaparecer. A maior parte desses idiomas é indígena.
“As línguas são (o modo) como nós nos comunicamos e elas estão inextricavelmente ligadas às nossas culturas, histórias e identidade. Com cada língua que desaparece, o mundo perde uma riqueza em conhecimentos tradicionais”, enfatizou o secretário-geral.
“Conto com os Estados-membros para engajar e apoiar os povos indígenas na determinação do seu próprio desenvolvimento, por meio de políticas que sejam inclusivas, igualitárias e acessíveis. As Nações Unidas está a postos para apoiar todas as iniciativas voltadas para a realização dos direitos e aspirações dos povos indígenas.”
Povos indígenas: guardiões da natureza
Também por ocasião do dia internacional, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, afirmou que os povos indígenas são “detentores do conhecimento que contribuiu para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e dos ecossistemas do mundo”.
“A UNESCO tem trabalhado para preservar o patrimônio intangível de habilidades e know-how tradicionais, bem como para aumentar a conscientização sobre sua importância, por meio de programas como os Sistemas de Conhecimento Local e Indígena, que apoiam governos a criar interfaces essenciais entre cientistas e comunidades indígenas”, lembrou a dirigente.
Esses sistemas promovem a inclusão dos saberes indígenas em debates institucionalizados, como as conferências e painéis da ONU sobre mudanças climáticas e meio ambiente.
Sobre a necessidade de proteger os idiomas indígenas, Audrey ressaltou que o desaparecimento dessas línguas “é uma grande ameaça para as comunidades indígenas e sua singular herança, bem como para nossa diversidade global e nosso potencial de criatividade e inovação”.
Em publicação numa rede social, a diretora-executiva da ONU Meio Ambiente, Inger Andersen, enfatizou que “as comunidades indígenas são guardiães ambientais poderosas e que mais precisa ser feito para garantir que suas vozes sejam ouvidas”.
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