Faturamento da indústria cai 6,3% e confirma a dificuldade de recuperação do setor, informa CNI
Indicadores Industriais mostram que as horas trabalhadas na produção e a utilização da capacidade instalada também recuaram em março. O emprego e a massa real de salários ficaram estáveis
O faturamento da indústria brasileira caiu 6,3%, as horas trabalhadas na produção diminuíram 1,5% e a utilização da capacidade instalada recuou 0,9 ponto percentual em março frente a fevereiro na série livre de influências sazonais, informam os Indicadores Industriais, divulgados nesta quinta-feira, 2 de maio, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dados mostram que o setor enfrenta dificuldades para se recuperar da crise. “Desde a greve dos caminhoneiros, o setor não consegue engrenar uma sequência de bons resultados”, diz a pesquisa.
“Três problemas impedem a recuperação da indústria. Um é a falta de demanda. O outro é o excesso de estoques, que elevam os custos das empresas, e, finalmente há a questão financeira. As empresas continuam com a situação financeira debilitada, o que adia as decisões sobre a produção e o emprego”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo. Ele explica que esses problemas foram identificados na Sondagem Industrial de março, divulgada pela CNI na semana passada. “Para uma recuperação mais forte da indústria é preciso reduzir os estoques e resolver a questão financeira das empresas. Isso requer o aumento da demanda”, destaca Azevedo.
De acordo com os Indicadores Industriais, o faturamento da indústria teve queda de 4,1% no primeiro trimestre de 2019 frente ao último trimestre de 2018, na série dessazonalizada. No mesmo período, a utilização da capacidade instalada recuou 0,3 ponto percentual e as horas trabalhadas na produção subiram apenas 0,2%.
O emprego e a massa real de salários ficaram estáveis, e o rendimento médio do trabalhador aumentou 1,2% em março na comparação com fevereiro, na série dessazonalizada. No primeiro trimestre deste ano frente ao último trimestre de 2018, o emprego subiu apenas 0,1%, a massa real de salários caiu 0,8% e o rendimento médio do trabalhador teve queda de 1,5%.
Confederação Nacional da Indústria