Home office não reduz produtividade, comprova pesquisa
Home office não reduz produtividade, diz pesquisa realizada com mais de 1.121 profissionais em todo país. Mais: pode contribuir para a inclusão de mulheres e PCDs no mercado de trabalho. Entretanto, 63,6% das empresas ainda não oferecem a modalidade.
Somente 3,5% dos participantes da pesquisa identificaram rendimento abaixo da média entre colaboradores em home office.
Ahgora e Convenia sondaram mais de mil profissionais de empresas de pequeno e médio porte em todo país. Este é o estudo mais abrangente sobre o tema realizado até agora, com 1.121 entrevistados entre julho e agosto de 2019. O relatório trouxe duas análises importantes. Primeiro que, segundo os entrevistados, o home office não reduz produtividade. Segundo, que pode contribuir para a inclusão de mulheres e PCDs no mercado de trabalho.
O principal achado é a discrepância entre as expectativas dos profissionais e as possibilidades ofertadas pelas empresas. Apesar de a maioria dos colaboradores considerar (33,1%) ou querer (58,8%) trabalhar em home office, dois terços (63,6%) das empresas ainda não possui política para teletrabalho.
A pesquisa identificou que a cultura da empresa é considerado o principal fator limitante (53,2%) – o que ganha relevância ao considerar que 53,8% dos entrevistados atuam em Gestão de pessoas/Recursos humanos.
O que diz a lei – O teletrabalho passou a ser regulamentado a partir da Reforma Trabalhista. A principal alteração para colaboradores contratados exclusivamente neste regime é o sistema de remuneração. Ao invés de ser compensado pelo horário, o pagamento se refere às tarefas executadas no período acordado.
Não há, ainda, determinação legal sobre a infraestrutura necessária à execução do trabalho sem sair de casa. O acordo é firmado contratualmente entre colaborador e empresa empregadora, sem envolver a Justiça do Trabalho ou sindicatos. No mais, todos os direitos trabalhistas se mantêm.
Incentivos à implantação – As empresas de tecnologia e marketing estão na vanguarda da flexibilização do trabalho, tanto em horário quanto de local. A Dell, por exemplo, planeja que 50% de sua força de trabalho opere em home office até 2020. Esta poderá ser a realidade brasileira.
Percebe-se que o porte da empresa não implica, necessariamente, o impedimento do trabalho em regime home office.
A previsão é que a flexibilização do trabalho ganhe fôlego. Em entrevista à Veja, o gerente-executivo da Michael Page João Paulo Klüppel conta que “A base desse modelo é aumentar a produtividade visando a qualidade de vida dos colaboradores, mas, além disso, não deixa de ser uma política de retenção e uma forma de reduzir custos”.
Entre os participantes da pesquisa, as limitações à implantação do regime home office se mostraram mais táticas e operacionais do que estratégicas. Para combatê-las, as empresas têm formalizado Políticas de Gestão de Ponto e estabelecido novas regras que variam do estabelecimento de metas à entrega de relatórios de atividades por quem deseja trabalhar de casa.
Desafios x Resultados – O controle de horas trabalhadas para a gestão de jornada de trabalho é a principal dificuldade encontrada para 44,8% das empresas. Manter a produtividade no trabalho é o próximo desafio, atingindo 40% dos entrevistados.
Contudo, as mesmas empresas respondem que as premissas tidas como empecilhos à implantação do home office não se sustentam.
Colaboradores em regime de teletrabalho são tão ou mais produtivos que os que estão alocados apenas no escritório. Somente 3,5% dos participantes da pesquisa identificaram rendimento abaixo da média entre colaboradores em home office. Trabalhar em casa é avaliado como sinônimo de alto rendimento por 52,1% dos entrevistados.
Entretanto, dois terços das empresas exigem que os colaboradores frequentem o escritório todas as semanas, preservando a cultura organizacional. Contudo, há bastante variação entre quantos dias da semana o colaborador deve estar fisicamente presente: 20,7% dos respondentes devem visitar a empresa uma vez, e 35,5% dos colaboradores precisam ir à empresa duas ou três vezes na semana.
Para os dias de teletrabalho, já existem softwares disponíveis para o apontamento de atividades realizadas, como o Ahgora Timesheet. O gerenciador de tarefas funciona integrado ao registro de ponto, além de estar disponível no formato pluggin para os navegadores Google Chrome e Mozilla Firefox ou Trello.
O controle da jornada de trabalho em home office não é obrigatório, mas tecnologia para controle de ponto também está disponível. São opções viáveis os aplicativos de ponto para celular ou no navegador de internet, desde que regulamentados pela Portaria 373 do MTE – Ministério do Trabalho e Emprego. A segurança é aumentada quando há validação via biometria facial ou digital.
Mais do que comodidade, inclusão – A flexibilidade é, muitas vezes, considerada uma vantagem por candidatos que acabam por migrar para empresas em que ela é possível.
O trabalho feito de casa pode ser uma alternativa para assegurar a operação de empresas em momentos em que não poderão garantir a presença de todos os trabalhadores e terão que lidar com a insatisfação gerada pelas dificuldades diante de limitações de mobilidade. É o caso de greves e crises nos transportes, por exemplo.
Muito mais importante, influencia a motivação e o engajamento das equipes, além de ser fator para inclusão e diversidade.
Pessoas com dificuldades de locomoção, pessoas com deficiência (PCDs) ou com questões pessoais diversas (de endometriose à síndrome do pânico) têm no regime possibilidades de atuação profissional, sem abrir mão do conforto. O pool de talentos disponíveis para contratação amplia-se.
Inclusive, a flexibilidade e possibilidade de home office é uma maneira de atrair mulheres para o ambiente corporativo e reduzir a disparidade de gênero. Ainda segundo a Hays:
-
57% dos homens entrevistados consideram o benefício importante ao optar por um posto.
-
72% das mulheres entendem este como um fator indispensável.
Estes são apenas alguns dos motivos para a gestão de pessoas considerar a adoção de um sistema misto, conciliando home office e presença na estrutura da empresa.
Para entender como as empresas devem proceder para o colaborador poder trabalhar em casa em regime de home office, bem como conferir o panorama atual das empresas brasileiras, você pode baixar a pesquisa completa no link bit.ly/pesquisahomeoffice.
ahgora.com/