7 de outubro de 2024
SAÚDE

Inovação também é prosperidade e precisa ser compartilhada

Por Alcion Bubniak

Não é somente nesta época de pandemia que o mundo vive tempos difíceis. A vida sempre foi complicada em muitos aspectos. Mas só agora é que grande parte parou para refletir  sobre qual era a velocidade em que estávamos caminhando. E sobre a inovação, muita gente se pergunta: Qual é a razão da busca frenética pela tecnologia e pelas novidades?
Em defesa de salvar vidas, toda iniciativa se justifica. Mas pouco percebemos que, promovendo o nosso trabalho cotidiano, estamos salvando vidas da miséria, da falta de oportunidades e da ignorância. E estamos compartilhando o que há de melhor em nós. Isso mesmo: o trabalho de cada um salva a vida dos demais, na medida em que faz a roda da economia girar, promovendo a prosperidade.
Vivemos em tempos sombrios, nos quais muitos questionam o sistema capitalista, que promove a busca por riqueza. Porem não se atém ao fato de que as oportunidades tendem a ser as mesmas para todos, na medida em que todos tenham a mesma capacidade.
Se não coexiste a mesma capacidade, a necessidade não é a de mudar o sistema, mas sim a forma de aprendizado. Isto porque o talento, embora muitas vezes seja nato, necessita de hábito, ritmo, conhecimento e experiência. Somente assim os governos poderão sustentar a expectativa de redução das diferenças sociais. Mas sem tirar dos que tem mais para entregar para aqueles que não fazem para si mesmos.
Por mais paradoxal que seja esta ideia, estamos falando de prosperidade em seus diversos graus: Ser próspero não significa ser o mais rico da espécie, mas sim o melhor em todos os sentidos, na comparação com aquilo que já foi no passado. A Isso chama-se “prosperidade”, que inclui bem-estar, família, relacionamentos, prazeres, saúde, fé e respeito, entre tantas outras conquistas.
Uma forma interessante de oportunizar novas experiências é empreender, e a inovação tem muito a ver com isso. Embora muitos desistam justamente quando falta pouco para dar certo. E os que não tentam, nunca saberão se o seu empreendimento daria certo. O fato é que o jogo da vida está aí para ser jogado. E de preferência não com grandes iniciativas, mas sim com iniciativas grandes. Ou seja, sempre pensando em melhorar a vida do próximo. Isso confere dignidade e conquista admiração e respeito: a grandeza dos seus atos.
O momentos em que vivemos se constitui em um verdadeiro teste de sobrevivência em todos os sentidos. Quem diria que as redes de relacionamento digitais seriam tão importantes para nos tornar vivos de verdade durante esta fase. Ficou claro que as mídias digitais amenizam o isolamento. Mas essa ilusória aproximação nada mais é que uma percepção à  distância: seria como ver um documentário de um país, sem nunca constatar pessoalmente as suas paisagens. Não seria a mesma realidade. Se diante destes conceitos as pessoas conseguirem pensar em novas ideias, talvez nasça a grande oportunidade de melhorar o mundo de cada pessoa, ao invés de desencorajar a inovação, a criação, o trabalho e a prosperidade.
Portanto, só podemos compartilhar os nossos valores se realmente os construirmos. Os que querem compartilhar valores, antes de os possuírem, querem dar algo que de fato ainda não tem. Parece uma grande miopia* de marketing, assim como as campanhas que prometem o que não se pode cumprir, como acabar com as desigualdades. Simples assim: a natureza e as  suas leis nos ensinam que o mundo é rico porque é feito de desigualdades, e que cabe a oportunidade para diminuir a desigualdade com inteligência. E não colocando freios na prosperidade.
Para prosperar, qualquer tecnologia precisa ter investimentos. E estes investimentos precisam retornar na forma de resultados. Neste sentido, a exclusividade obtida por patentes, estabelece um tempo limite para que isso ocorra.  Dependendo do tipo de invenção, a exclusividade é de 20 anos, se for uma inventividade significativa e ampla. Ou de 15 anos se for uma melhoria, contados a partir da data do requerimento. Porém, para ambos os casos, é importante saber que, para ser patenteada, qualquer invenção precisa ser inédita** em nível mundial. E isso implica em nunca ter sido divulgada antes, mesmo em publicidade ou em trabalhos acadêmicos.
Sabendo mais sobre o potencial de cada indivíduo, cada vez mais me surpreendo em ver que o talento e a engenhosidade existem justamente para superar crises e vencer desafios. Pois que graça teria o mundo se não existisse a competição a ser vencida?

*Em 1960, o economista norte-americano Theodore Levitt implementou o conceito de miopia, falando sobre empresas que tinham visões distorcidas e equivocadas da realidade. Desde então, tal teoria veio se confirmando com a falência de muitas corporações, que não acreditaram na inovação que poderia substituir os seus produtos.

**Novidade absoluta é o termo que define o requisito de patenteabilidade, independente do país onde será requerida a exclusividade por meio de patente.

Alcion Bubniak, é formado em Desenho Industrial. E como Agente de Propriedade Industrial (credenciado ao INPI API 116), atua há mais de 30 anos na assessoria de proteção da propriedade intelectual, com extensão aos aspectos mercadológicos, de design, branding e estratégias comerciais.