Preços da indústria crescem pela terceira vez e ficam em 0,64% em outubro
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que acompanha os preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 0,64% em outubro, na comparação com setembro, conforme divulgado hoje pelo IBGE. Esse resultado foi pressionado pelo aumento nos preços do diesel, gasolina e óleos combustíveis e também dos alimentos, sobretudo, da carne bovina. É a terceira alta seguida, sendo que em setembro foi de 0,45%.
O IPP mede a oscilação dos preços dos produtos na “porta das fábricas”, sem impostos e frete, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado de outubro, a inflação da indústria acumulou alta de 3,65% no ano. Em 12 meses, a taxa até outubro foi de alta de 0,37%, após a queda (-0,95%) no mês anterior.
Em outubro, das 24 atividades pesquisadas, 15 apresentaram variações positivas de preços. As quatro maiores foram registradas nas indústrias extrativas (-4,76%), refino de petróleo e produtos de álcool (4,04%), alimentos (2,12%) e papel e celulose (-1,89%). Já em termos de peso no índice geral, os destaques foram alimentos (0,47 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,41 p.p.), indústrias extrativas (-0,22 p.p.) e outros produtos químicos (-0,10 p.p.).
A alta nos alimentos foi a maior desde junho do ano passado. “Nesse grupo, a carne bovina vem tendo grande efeito sobre o IPP, desde agosto. Dois movimentos contribuem com isso: a depreciação do real frente ao dólar e o aumento da demanda da China. Os chineses tiveram problemas com a carne suína e passaram a demandar várias proteínas de outros países”, explica o gerente do IPP, Alexandre Brandão.
Outra contribuição positiva veio do refino de petróleo e produtos de álcool, que vem recuperando os preços ao longo do ano. “Isso é fato que está consolidado”, comentou Brandão, que também destaca, por outro lado, a diminuição nos preços das indústrias extrativistas em outubro (-4,76%), depois de uma forte queda de 10,49% no mês anterior. “A oscilação de preços do minério de ferro no mercado internacional, ditada pela China, influencia os preços da indústria extrativista”.
IBGE