Simepar e Iapar iniciam “Alerta Geada”
Ao receberem as mensagens em tempo hábil, os produtores podem adotar medidas de proteção das lavouras, evitando e reduzindo perdas agrícolas.
Uma vez emitida a previsão do Simepar, a equipe de agrometeorologistas do Iapar interpreta as informações e dispara o aviso por e-mail, celular, redes sociais e veículos de comunicação. Além disso, um boletim é divulgado nas páginas do Simepar (www.simepar.br) e Iapar (www.iapar.br) e também pode ser acessado pelo Disque Geada – (43) 33914500 – ao custo de uma ligação para aparelho fixo. A persistirem as condições para formação de geada, um aviso de ratificação é enviado até 24 horas antes da ocorrência prevista.
A difusão dos alertas se dá por meio de uma rede formada por órgãos públicos estaduais, prefeituras municipais, cooperativas, associações rurais, técnicos e profissionais de agronomia, estabelecimentos educacionais e comunitários. Para receber os avisos, os interessados devem preencher um formulário na página do Iapar na Internet.
Outros setores da economia também são beneficiados, como produtores de hortaliças, comércio de vestuário, construção civil e turismo.
METODOLOGIA – Mantido desde 1995 pelo Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) e Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) em parceria com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural Emater, o Alerta Geada tem alto grau de confiabilidade, pois nunca houve erro na detecção desse tipo de evento.
As condições do tempo são monitoradas com base em dados de temperaturas, pressão atmosférica, ventos e umidade do ar coletados desde a superfície até aproximadamente 15 mil metros de altura. Também são analisadas imagens fornecidas por satélite. Um mapa de probabilidade classifica a intensidade da geada como fraca, moderada ou forte. As previsões são reavaliadas no mínimo duas vezes ao dia.
Segundo o meteorologista do Simepar, Cezar Duquia, o inverno normal no Paraná caracteriza-se pela diminuição das chuvas em comparação com as outras estações e o ingresso de massas de ar frio a partir da segunda quinzena de maio. “Geadas são mais frequentes em junho e julho – quando as temperaturas médias ficam mais baixas”, afirma.
Em condições normais ocorrem de um a quatro eventos por ano, mais concentrados entre o centro e o sul do Estado, podendo atingir o norte. Em 2017 houve cinco ondas de frio intenso e foram emitidos dois alertas de geada em 9 de junho e 17 julho.
As projeções mais atualizadas para este ano apontam tendência de comportamento da atmosfera dentro da média. “Até o momento tudo indica La Niña fraca, sem sinais de intensificação que poderia agravar o frio no sul do Brasil”, diz Duquia.
La Niña é o fenômeno climático que resfria as águas na zona equatorial do Oceano Pacífico com impacto nas condições do tempo no Paraná.
RECOMENDAÇÕES – A expectativa de colheita para 2018 é de cerca de um milhão de sacas de café beneficiado. Segundo a pesquisadora em agrometeorologia, Ângela Costa, havendo alerta de geada, nas lavouras cafeeiras com idade entre seis e 24 meses recomenda-se amontoar terra no tronco das árvores até o primeiro par de folhas imediatamente. Denominada “chegamento de terra”, essa conduta protege as gemas e evita a morte da planta por geada severa.
A proteção deve ser mantida até o final do período frio, em meados de setembro, quando deve ser retirada preferencialmente com as mãos. Nos plantios com até seis meses de idade, é recomendável enterrar as mudas. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica. A proteção das mudas e dos viveiros deve ser removida rapidamente assim que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco de geada.