Especial: Um histórico da seca no Brasil
“Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos”.
Trecho do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
Os infelizes estão nas primeiras palavras de Vidas Secas e não são apenas personagens do olhar de Graciliano Ramos, em meio ao sertão, no ano de 1938. Oito décadas depois da descrição dura de um dos gênios da literatura brasileira, o caminho tem outras curvas de dor e de luta em busca de um mesmo bem: a água.
Por Luiz Cláudio Ferreira.
Os infelizes estão nas primeiras palavras de Vidas Secas e não são apenas personagens do olhar de Graciliano Ramos, em meio ao sertão, no ano de 1938. Oito décadas depois da descrição dura de um dos gênios da literatura brasileira, o caminho tem outras curvas de dor e de luta em busca de um mesmo bem: a água.
Se o espaçar do tempo é remontado para presente e futuro, as páginas podem ser reconstruídas para muito antes da obra clássica do século 20, com narrativas de pestes, de doença, de sede e de fome. Fato é que não há novidade nesse percurso. Nada acontece pela primeira vez na imensa planície avermelhada brasileira, principalmente a nordestina. Registros de secas brasileiras refazem uma viagem no mínimo ao século 16.
As principais secas brasileiras da história ocorreram no Nordeste oriental: Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. São roteiros repetitivos em cenários sertanejos, agrestinos, semiáridos. “Essa é a área de maior irregularidade espacial e temporal de chuvas. Nos períodos de ‘manchas solares’, por exemplo, as secas são mais intensas. Esse fato já vem sendo estudado desde o início do século 20. Quando se fala em ‘episódios mais graves de secas’, em geral, nos referimos àqueles anos em que as consequências socioeconômicas foram mais intensas”, explica o professor de climatologia Lucivânio Jatobá, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) Kênia Rios ressalta que a seca não é apenas regida por dados pluviométricos. Trata-se de uma rede de relações políticas e culturais. “A gente teve o reconhecimento do imperador Dom Pedro II. Ele veio ao Nordeste para conhecer a situação”, afirma.
Histórias áridas passadas e tão presentes. A rotina das secas e a busca por água é enredo de desastres socioambientais, registrado nos livros, em documentos, no número incontável de vítimas e na luta pela sobrevivência. Também não há como contabilizar os personagens gracilianos, “Fabianos” e outras tantas famílias não nomeadas espalhadas pelo país.
Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.Trecho do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos
Brasileiros retirantes são personagens que sofrem muito mais do que os da ficção. Formaram colunas de migrantes da seca, fugitivos pela sobrevivência numa realidade contada no tecido histórico enrugado pelos séculos. “Na maioria das vezes, quando as secas são mais severas e prolongadas, eles precisam migrar para as cidades ou para outras regiões do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília ou a Amazônia. Isso ocorreu inúmeras vezes na história, em 1877, 1915, 1932, 1958 e 1983”, apontou em artigo o economista Antonio Rocha Magalhães, um dos principais pesquisadores em desenvolvimento sustentável do país.
A grande catástrofe
Vidas Secas remonta à seca da década de 1930, porém historiadores destacam longas estiagens anteriores, na segunda metade do século 19, com retratos ainda mais duros. Há estimativa de que a seca de 1877 a 1879 tenha provocado a morte de cerca de 400 mil pessoas; o equivalente à metade da população cearense da época. O naturalista norte-americano Herbert Smith deixou registrado que 500 mil pessoas teriam morrido com a falta de água. Gilberto Freyre, na obra Nordeste, escreveu que 90% do gado da região não sobreviveram.
Um dos documentos mais célebres desse período está em outra ficção inspirada no que se via. O farmacêutico, cientista e historiador Rodolfo Teófilo (1853 – 1932) publicou, no ano de 1890, o romance A fome para registrar as memórias do que foi a “grande seca” do período. “Quatrocentos retirantes de todas as idades marchavam em préstito para o porto da cidade. Era triste aquela procissão, como o desfilar de um enterro. Todos magros, macilentos e esfarrapados, davam ao cortejo a cor sombria da tristeza”, escreveu Teófilo.
De acordo com o autor, na seca de 1877, a capital cearense chegou a receber retirantes que passaram a representar mais do que o triplo de sua população. “Em dezembro de 1878, tinha Fortaleza 160 mil almas, sendo destas 120 mil de retirantes”, registrou na obra.
“As secas ocorrem por diversos fatores, e não apenas um. As populações do Nordeste sofrem consideravelmente”Lucivânio Jatobá, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Além do romance, o senador Thomás Pompeu (1818 – 1877) publicou em Ensaio estatístico do Cearáregistro pretensamente documental sobre a catástrofe: “De setembro em diante, a fome era geral, os socorros públicos, mal administrados, não chegavam regularmente aos lugares mais afectados (sic); quem possuía algum bem ou valor desfazia-se dele a troco de farinha ou de outro gênero de primeira necessidade. As poucas e afetadas aguadas, como açudes e poços deixados no leito dos rios depois das cheias, evaporaram-se, rara ficando em um outro ponto da província (…) O sertão tornou-se quase deserto“.
Segundo estudo do escritor e historiador cearense Cicinato Ferreira, a seca de 1877 pode ser considerada a primeira grande catástrofe que ganhou atenção nacional. Ele publicou o livro intitulado A tragédia dos mil dias para registrar o que ocorreu nesses cerca de 1.200 dias. “Foi um divisor de águas. Foi um momento terrível para o país. Muita gente morreu de doença e de fome em função da desassistência. É difícil contabilizar o número de mortos, mas deve ter ficado entre 150 mil a 300 mil vítimas no Nordeste, sendo que o Ceará foi o lugar que mais sofreu”, aponta o pesquisador.
“O conhecimento da seca como tragédia está ligado a esse episódio de 1877. É essa seca que define a ideia. A presença dos pobres em Fortaleza começa a incomodar mais”, afirma Kênia Rios. Além disso, a pesquisadora explica que o caos social impulsionou a convocação dos brasileiros para apoiar os “irmãos do Norte”. “Ajudou a construir o sentimento nacional. Foi também o início da construção das estradas de ferro e, assim, os deslocamentos passaram a se tornar possíveis principalmente depois da seca de 1915”.
Kênia considera que a seca de 1877 ocorre em um momento de reorganização nacional, em que movimentos pela abolição da escravatura (que ocorreria em 1888) são os primeiros de caráter nacional, seguidos dos protestos em prol da República (que seria proclamada em 1889). Segundo ela, o ano de 1877 “consolida esse sentimento de necessidade de apoio, mas desde a seca de 1825 há esse caráter nacional”. Além disso, a professora lembra que medidas higienistas passaram a ser tomadas antes da seca de 1877, com uma ideia de que o ar transmitiria doenças, o que provocou um sentimento de exclusão dos mais pobres.
Documentos disponíveis no Arquivo Público do Ceará e na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro ajudaram nessa reconstituição. “O que fez com que a seca se tornasse brutal foi a desassistência”, conclui o historiador Cicinato Ferreira. Restaram da época raras imagens de homens e mulheres em situação “esquelética e com barriga grande” em razão do baixíssimo índice pluviométrico e da dificuldade de alimentação. As mortes ocorreram também devido a surtos de doenças como beribéri (provocada pela falta de vitamina B1), varíola e desnutrição. “A fome era tão grande que as pessoas se alimentavam de plantas cactáceas. As pessoas inchavam envenenadas e morriam”, afirma Ferreira.
As principais secas do Brasil
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Primeiro registro de secas. Alta mortalidade e fuga de indígenas para o litoral.
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Cinco anos de seca no semiárido nordestino. Nova fuga de indígenas em Pernambuco.
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Seca conhecida como a dos “três setes”, com mortalidade de grande parte dos rebanhos no Ceará e Rio Grande do Norte.
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Considerada uma das principais catástrofes da história do Brasil, com estimativa de centenas de milhares de mortos.
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Centenas de milhares de mortos em toda a região Nordeste.
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Inspirou Rachel de Queiroz a escrever O Quinze. Fez 30 mil mortos, segundo os livros de história.
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Inspirou obras como Vidas Secas e Os retirantes. Além de estados nordestinos, chegou a Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Punhado de farinha
Pesquisadores e livros de história mostram que a catástrofe climática provocou o governo a constituir uma “comissão imperial” para encontrar saídas para aquela “grande tragédia” que superou, em efeitos, as secas anteriores, no século 18, de 1722 a 1727 e de 1791 a 1793. Foi após a tragédia dos mil dias que o imperador Pedro II teria dito que venderia as joias da Coroa para amenizar os efeitos da catástrofe. Segundo Cicinato Ferreira, apenas um açude foi construído em resposta ao desastre climático. Diante da tragédia que, a essa altura, chamava atenção de todo o país, o governo central instalou comissões imperiais e planos de socorros públicos.
O cenário era de guerra. O repórter José do Patrocínio (abolicionista que entrou para a história e que escreveria depois a obra Os retirantes), era enviado especial da Gazeta do Rio de Janeiro, em 1878, e chegou a denunciar exploração sexual, visto que famílias entregavam mulheres “por um punhado de farinha”, conforme levantamento do historiador José Weyne de Freitas em tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa traz informações sobre os contextos e a exploração também do Estado em relação às vítimas da “grande seca”.
Vulnerabilidade
Em 1888, 50 anos antes da ficção de Vidas Secas, o enredo real também deixaria marcas como um dos piores episódios que se tem registro. Na seca daquele ano, milhares de pessoas morreram no Nordeste em função da desassistência em meio à estiagem. “Houve um período de seca muito severo. Foi a partir de 1888 que esse fenômeno climático passou a ser uma questão nacional”, aponta o geógrafo e ambientalista Lucivânio Jatobá.
“Havia campos de concentração com capacidade para 2 mil pessoas, mas que receberam 18 mil”Kênia Rios, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Jatobá esclarece que as populações mais vulneráveis do Nordeste brasileiro são as que mais sofrem. “Ocorre quase um colapso nas economias locais. Contudo, é exatamente nos períodos de secas extremas que o oportunismo de políticos populistas e clientelistas se exacerba. A famosa ‘indústria da seca’ passa a funcionar a todo vapor”, ressalta.
A seca de 1888 foi muito nociva, afirma o pesquisador Cicinato Ferreira. Esses episódios inspiraram a criação do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) no ano de 1909.
Para Ferreira, depois dessa estiagem, a outra grande catástrofe foi em 1915, imortalizada pela obra de ficção de Rachel de Queiroz O Quinze. “O próprio leito das lagoas vidrara-se em torrões de lama ressequida, cortada aqui e além por alguma pacavira defunta que retorcia as folhas empapeladas”, escreveu a consagrada autora. Sobre aquele ano, os livros de história citam o número de 30 mil mortos; um assombro para o século 20.
De acordo com a pesquisadora Kênia Rios, no livro de Rachel de Queiroz a personagem Conceição visita todos os dias o “campo de concentração” que passou, de fato, a existir naquele momento: “Os jornais e os relatórios oficiais das secas de 1877, 1915 e 1932 apresentavam fortes indícios sobre as estratégias de isolamento em face da presença dos flagelados na cidade grande (Fortaleza)”.
No livro Isolamento e Poder, Rios registra que parte da população concentrada foi dizimada pela varíola no ano de 1915. “Foi nesse ano, por conta da migração em grandes proporções, que o poder público elaborou a primeira versão dos campos de concentração”, diz.
A seca de 1932, que chocou Graciliano, seria a última grande catástrofe. “Foi uma seca que teve uma visibilidade maior por causa dos campos de concentração. Para evitar que as populações de Fortaleza sofressem os efeitos da migração, colocavam as pessoas em barracas, em espécies de currais. Muitas pessoas doentes morreram nessas condições subumanas”, explica Cicinato Ferreira. Naquele ano foram criados sete campos de concentração, conforme registrou relatório oficial do interventor federal no Estado, Roberto Carneiro de Mendonça:
Para attender com efficiencia os serviços de socorro aos flagellados, e evitar o deslocamento deveras temível para a saúde e a tranquilidade publicas das populações sertanejas que emigravam para diversos pontos, principalmente para a capital, a interventoria tomou urgentes providências. Tratou o governo de concentrar os flagellados em pontos diversos, afim de socorre-los com efficiencia e no tempo opportuno. Foram criadas, sob a fiscalização do Departamento das Secas, sete concentrações: Burity, no Município do Crato; Quixeramobim, no Município do mesmo nome; Patu, no Município de Senador Pompeu; Cariús, no Município de São Matheus; Ipú, no município de mesmo nome; Urubu e Otávio Bonfim, no Município de FortalezaRelatório oficial do interventor federal do Ceará, Roberto Carneiro de Mendonça
Kênia Rios defende, na pesquisa sobre o tema, que “todas as falas que procuram legitimar as concentrações se utilizam do discurso médico” e de argumentos higienistas com viés “o mais humanitário possível”. Ela explica que a propaganda parecia ser uma iniciativa positiva, mas de fato ajudou a proliferar doenças, o que foi denunciado pelo historiador Rodolfo Teofilo (que morreu em 1933). “A proposta em princípio tinha essa ideia, mas as elites se apropriaram desse discurso para confinar os pobres a fim de que eles não incomodassem. Havia campos de concentração com capacidade para 2 mil pessoas, mas que receberam 18 mil”, relata a professora. Rios fez um levantamento na cidade de Ipu, com apoio de registros da igreja, e constatou que até 10 pessoas morriam por dia na região.
Para o pesquisador Cicinato Ferreira, a seca da década de 1930, contexto de Vidas Secas, seria apenas uma dentre “tantas outras que ciclicamente atingiram o Nordeste brasileiro”. Jatobá complementa esse pensamento e explica que esses episódios marcados na história nacional foram caracterizados por dificuldades de comunicação, situação financeira das pessoas e queda brutal da produção agrícola regional.
As piores do século 20
Para o geógrafo Lucivânio Jatobá, o modo de enfrentar as secas melhorou com o passar do tempo: “As secas continuarão a existir. O que é necessário é melhorar as formas de convivência com elas. Não se pode pensar em combater as secas. As secas são manifestações grandiosas da própria dinâmica atmosférica global, que é incontrolável”. Para ele, no século 20, as piores consequências socioeconômicas foram nos anos de 1915, 1936 e 1958.
“As secas continuarão a existir. O que é necessário é melhorar as formas de convivência com elas. As secas são manifestações grandiosas da própria dinâmica atmosférica global, que é incontrolável”Lucivânio Jatobá, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
“As secas ocorrem a partir da conjugação de diversos fatores, e não apenas de um. Colaboram para a definição das secas no Nordeste brasileiro a instalação do fenômeno ‘El Niño’, no Pacífico Equatorial; um aquecimento anormal das águas do Atlântico Norte e o resfriamento do Atlântico Sul. Todos esses fatos, acredita-se, subordinam-se à atividade solar”, explica. “Quando esses fenômenos mencionados ocorrem, num mesmo ano, as secas, climatologicamente falando, são extremas. No ano em que isso acontece, as populações mais vulneráveis do Nordeste brasileiro sofrem consideravelmente”, complementa Jatobá.
Para Kênia Rios, as piores consequências desse período foram no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Ela exemplifica que, após a seca de 1932, outro momento de muita dificuldade ocorre com a estiagem de 1958, quando refugiados migraram para a construção de Brasília: “Esses candangos cearenses ajudaram em grandes construções”. No Nordeste, depois da década de 30, não havia mais os campos de concentração (e o termo também não seria mais utilizado de forma nenhuma em função da marca do homônimo campo de concentração nazista na Segunda Guerra Mundial). Nesta seca de 1958, houve albergues, mas não com as mesmas estruturas de segurança com guardas a vigiar os flagelados.
O pesquisador Lucivânio Jatobá destaca que o semiárido brasileiro é uma “projeção” dos desertos da Namíbia e do Kalahari. “Esse espaço semiárido com déficit hídrico anual é produzido pela instalação quase que permanente de uma massa de ar de altas pressões (de ar seco e estável) que vem de um anticiclone (centro de altas pressões) que se forma sobre o Atlântico, entre a parte oriental da América do Sul e o Sudoeste do continente africano. Na origem, esse ar é seco, muito seco”. As áreas mais secas do Nordeste brasileiro são exatamente aquelas que estão em áreas deprimidas no interior da região.
A primeira notícia
O primeiro relato sobre a seca nordestina que se tem notícia é do padre jesuíta Fernão Cardim (1540 – 1625), que viajou a costa brasileira de Pernambuco ao Rio de Janeiro e formulou o documento pioneiro sobre o fenômeno climático no Nordeste, que teria ocorrido em 1583.
Segundo o padre, desceram dos sertões para o litoral de quatro a cinco mil índios apertados pela fome: “O ano de 1583 houve tão grande seca e esterilidade nesta província (coisa rara e desacostumada, porque é terra de contínuas chuvas) que os engenhos d’água não moeram muito tempo. As fazendas de canaviais e mandioca muitas se secaram, por onde houve grande fome, principalmente no sertão de Pernambuco, pelo que desceram do sertão apertados pela fome, socorrendo-se aos brancos quatro ou cinco mil índios”, diz o texto da época.
Durante o período colonial, outro registro de seca com impacto social e econômico, que representou mortandade de grande parte dos rebanhos no Ceará, foi entre 1777 e 1778 (conhecida como a “seca dos três setes”). Sem obras ou planejamento, a população ficou vulnerável à histórica estiagem. Segundo os historiadores, as páginas da ficção não são capazes de descrever a crueldade da vida real, de sol a pino e calor a ferver a pele e a dignidade dos brasileiros ao longo da história. Especial divulgado pela EBC