20 de abril de 2024
SAÚDE

A realidade das campanhas eleitorais

   Campanha eleitoral é uma operação de guerra: Exige uma grande organização, incluindo o conselho político,  departamento financeiro, de comunicação, inteligência, logística,  jurídico, a área de mobilização, e a de elaboração de planos de governo. Para pagar toda esta estrutura os partidos tem os operadores de campanha, encarregados de buscar o dinheiro com empresários financiadores, desvios da própria administração pública, e onde mais for possível. Estes operadores são a parte oculta da estrutura, mas garantem o financiamento de todo o resto. E como em qualquer negócio, na campanha também há uma organização integralmente voltada ao resultado, que é chegar ao poder e lá permanecer.

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     O conselho político reúne os caciques que trazem experiência anterior, ou tem o comando partidário. Eles são os encarregados de definir a argumentação a ser adotada pelo candidato. Aqui entra também o trabalho das pesquisas, que trazem os números atualizados de aprovação ou rejeição. E também as pesquisas qualitativas, que trazem amostragens da opinião pública a cada momento. Quem fecha a mensagem a ser divulgada é a área de comunicação, que produz os programas de rádio e televisão, o material impresso e de internet. O discurso do candidato tem ainda a ajuda do grupo que coordena o plano de governo.
 
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     O jurídico também tem grande importância, porque pode representar ganho de tempo no horário de rádio e televisão, além do bloqueio da campanha dos adversários, quando houver pretexto legal para isso. Com a área logística a campanha garante o transporte, a estrutura e o material de campanha. E com a mobilização, a campanha reúne as pessoas que vão para as ruas atrás do eleitorado. Quem tem cargo público comissionado também é recrutado para sair às ruas. Finalizando, com a sofisticação da tecnologia, ganhou espaço a área de inteligência. É neste segmento que entra a pesquisa de fatos, dados e imagens sobre os adversários e suas contradições, que vão ser exploradas na campanha. É a técnica tradicional da desconstrução da imagem do oponente.
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     Tudo o que se vê em uma campanha hoje é movido por interesses de poder e dinheiro. E isso acabou com a figura do militante, que antes trabalhava por ideologia. Agora o normal é a busca do cargo público acima de tudo. E o candidato? Diante de toda essa estrutura gigante, ele é um rei que não reina. Tudo chega pronto para ele, e até a sua fala é preparada antecipadamente. Se perder a eleição terá suas chances futuras reduzidas. E mesmo se vencer, também não será o “dono da bola”. Ele governará e falará, mas estará sempre atrelado e comprometido com esta estrutura, compromissos políticos assumidos,  e com os financiadores que o levaram até o cargo.
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Redação Paraná em Fotos

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